No dia 9 de setembro de 1995, um console cinza mudou as regras do jogo. Relembramos os títulos do PlayStation 1 que não foram apenas divertidos, mas que definiram gêneros e criaram o futuro da indústria.
Puxe uma cadeira e tente lembrar: qual foi o som que mudou a sua vida como gamer? Para milhões de pessoas, foi aquele acorde orquestral seguido por um “glitch” eletrônico. O som de ligar um Sony PlayStation. Em 9 de setembro de 1995, há exatos 30 anos, a Sony entrava de sola em um mercado dominado pela Nintendo e pela Sega, trazendo um console cinza, controles ergonômicos e uma nova mídia brilhante: o CD-ROM.
O PS1 não foi apenas um console; foi uma revolução cultural. Ele ajudou a levar os games de um hobby “de criança” para um entretenimento adulto e complexo. Para celebrar suas três décadas de legado, selecionamos 5 jogos que não foram apenas sucessos, mas verdadeiros terremotos que abalaram as fundações da indústria para sempre.

1. Resident Evil (1996): O Nascimento do Survival Horror
- O Jogo: Uma equipe de policiais de elite fica presa em uma mansão misteriosa, infestada de zumbis e monstros grotescos.
- Por que Mudou Tudo: Resident Evil não inventou o terror nos games, mas ele criou o manual de regras do survival horror. A câmera com ângulos fixos (as famosas “câmeras de segurança”) criava uma tensão claustrofóbica, pois você nunca sabia o que havia fora da tela. A munição e os itens de cura eram escassos, transformando cada encontro em uma decisão de vida ou morte. E, claro, os “jumpscares” e os puzzles da mansão se tornaram clichês do gênero por um bom motivo. Ele provou que games podiam causar medo de verdade.

2. Final Fantasy VII (1997): O JRPG que Conquistou o Mundo
- O Jogo: Um mercenário se junta a um grupo de eco-terroristas para lutar contra uma megacorporação maligna, em uma jornada que se transforma em uma saga para salvar o planeta.
- Por que Mudou Tudo: Antes de FFVII, JRPGs eram um nicho no ocidente. Este jogo, com seus três discos, cutscenes cinematográficas (CGs) de tirar o fôlego e uma história complexa sobre identidade, vida e morte, mudou isso. A morte chocante de uma certa personagem provou que os games poderiam contar histórias com um peso emocional devastador. Final Fantasy VII não foi um jogo; foi um evento cultural que transformou milhões de jogadores em fãs de RPG.

3. Tomb Raider (1996): O Ícone da Exploração 3D
- O Jogo: A arqueóloga e aventureira Lara Croft explora tumbas antigas e perigosas ao redor do mundo em busca de artefatos místicos.
- Por que Mudou Tudo: Em uma era onde o 3D ainda engatinhava, Tomb Raider nos deu mundos vastos e complexos para explorar. A sensação de solidão e descoberta ao entrar em uma tumba esquecida, resolver seus quebra-cabeças e desviar de suas armadilhas era algo nunca antes visto. E, claro, Lara Croft se tornou a primeira grande musa dos videogames, um ícone cultural que transcendia o próprio jogo. Ela provou que os protagonistas de games poderiam ser estrelas globais.

4. Gran Turismo (1997): A Simulação Levada a Sério
- O Jogo: Um simulador de corrida obsessivamente detalhado, com centenas de carros reais, física realista e um modo carreira profundo.
- Por que Mudou Tudo: O slogan dizia tudo: “The Real Driving Simulator”. Em um mundo de corridas arcade, Gran Turismo era quase um documento. A necessidade de tirar “carteiras de motorista” para competir, a customização detalhada dos carros e a física que punia erros transformaram o gênero. Ele criou uma legião de fãs de automobilismo virtual e mostrou o poder do PlayStation em processar modelos 3D complexos e simulações realistas.

5. Metal Gear Solid (1998): O Cinema Interativo
- O Jogo: O soldado de elite Solid Snake se infiltra em uma base no Alasca para impedir um ataque terrorista nuclear.
- Por que Mudou Tudo: Hideo Kojima pegou a linguagem do cinema e a fundiu com a interatividade de uma forma que ninguém havia feito antes. Metal Gear Solid era um jogo de espionagem tática, mas também era um filme de ação com longas cutscenes, dublagem de alta qualidade e uma trama cheia de reviravoltas. A quebra da quarta parede (quem não lembra da luta contra o Psycho Mantis?) e a complexidade de sua narrativa provaram que os games poderiam ser uma forma de arte autoral e profundamente inteligente.

6. Castlevania: Symphony of the Night (1997): O Metroidvania que Quebrou Barreiras
- O Jogo: Alucard, o filho de Drácula, acorda de um sono profundo para investigar a súbita aparição do castelo de seu pai, descobrindo segredos, chefes e um mapa imenso para explorar.
- Por que Mudou Tudo: Symphony of the Night pegou a fórmula de exploração não linear de Metroid e a fundiu com a profundidade de um RPG, adicionando um toque gótico e uma trilha sonora lendária. Ele não só cunhou (junto com Super Metroid) o termo “Metroidvania”, como elevou o padrão para jogos de plataforma e exploração 2D. A sensação de descobrir cada canto do castelo, ganhar novas habilidades para acessar áreas antes inalcançáveis, e a revelação do “castelo invertido” viraram clichês amados do design de jogos. Foi um adeus glorioso aos jogos lineares de Castlevania e um novo começo para o gênero.

Menções Mais que Honrosas
É impossível resumir uma lenda em 6 jogos. Não poderíamos deixar de citar Crash Bandicoot, Silent Hill, Spyro the Dragon e Tekken 3. Cada um, a seu modo, foi um pilar na construção do império cinza da Sony.
O PlayStation não foi apenas um console. Foi a plataforma que nos deu alguns dos momentos mais inesquecíveis da história dos games e moldou a indústria como a conhecemos hoje.
E para você, qual jogo do PS1 marcou sua vida? Deixe sua lista de honra nos comentários!