Com um orçamento colossal de meio bilhão de dólares, “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder”, produzido pela Prime Video, era anunciado como o grande evento de séries para 2022, comparável a “Game of Thrones”. No entanto, o resultado final não correspondeu às expectativas, ficando aquém tanto em termos de aclamação crítica quanto comercial. Apesar do rico material de origem e um elenco talentoso, a série careceu de grandiosidade visual e detalhes que a teriam elevado a um patamar superior.
Por outro lado, um ano antes, a mesma plataforma de streaming lançou outra adaptação de uma série de fantasia popular, a Roda do Tempo. Essa série, adaptada por Rafe Judkins, obteve sucesso onde “Os Anéis de Poder” falharam, resultando em uma narrativa de fantasia superior.
Tanto a Roda do Tempo quanto “Os Anéis de Poder” apresentam personagens bem desenvolvidos e reconhecíveis para os fãs. Ambos os mundos são ricos em origens e diversidade. No entanto, a Roda do Tempo fez um trabalho mais eficiente ao demonstrar por que a história merecia ser adaptada para a tela, explorando o potencial do meio visual para enriquecer o universo narrativo.
A adaptação de “A Roda do Tempo” tornou uma saga densa mais acessível para o formato televisivo. Embora a primeira temporada tenha tido seus altos e baixos, especialmente com um elenco em desenvolvimento, conseguiu capturar a essência mágica dos romances. Além disso, construiu de forma eficaz o vasto mundo da história, enriquecendo-o com detalhes de figurino e cenário, além de diversificar o elenco para refletir melhor a diversidade do mundo fictício.
Um exemplo notável é a atenção aos detalhes no figurino, que define lugar, reinado e papel dos personagens. A diversidade das “Ajahs” das Aes Sedai, cada uma codificada por cores e com objetivos distintos, é refletida em seus trajes, transmitindo informações sobre sua natureza e função na sociedade.
Por outro lado, “Os Anéis de Poder” sofreu com a falta de coesão no figurino e cenário, o que resultou em uma experiência menos imersiva. Detalhes importantes, como o uso de ouro por elfos, foram negligenciados, comprometendo a sensação de autenticidade e coerência.
No geral, a Roda do Tempo respeita e valoriza a série que adapta, indo além do orçamento para oferecer uma experiência visualmente rica. O cuidado com os figurinos e cenários, juntamente com a adaptação atenta dos diferentes grupos culturais, torna o mundo ficcional palpável e envolvente.
Enquanto “Os Anéis de Poder” lutou para criar distinções visuais e falhou em transmitir a riqueza do mundo de Tolkien, “A Roda do Tempo” se destaca como uma adaptação bem-sucedida que homenageia a fonte de inspiração e oferece uma narrativa envolvente.
Os três primeiros episódios da segunda temporada de a Roda do Tempo estão disponíveis no Prime Video agora.
